Parece a janela de um navio de cruzeiro, mas é o salão de um dos restaurantes mais bonitos (e deliciosos) que visitei nos últimos tempos. O Masi fica no 30º andar do Hotel Nacional. Dá para ver a Praia de São Conrado, pista da Niemeyer, Rocinha e Mata Atlântica.
Mas o ponto mais alto está na comida do chef Nao Hara, premiado nissei carioca com 30 anos de cozinha e invenções como o sushi com foie gras. Sua criatividade é sensata e encanta pelas combinações certeiras. Isso significa que o chef faz uma cozinha japonesa contemporânea, mas não por modismos e busca coerência na sua cozinha.
Carioca de Nova Iguaçu, Nao começou ainda com 14 anos na cozinha do antigo Shin Miura, no Edifício Central, no Rio de Janeiro. No início, trabalhava como faxineiro e lavador de pratos até alcançar a cozinha. Como ele mesmo relembra, seu pai era amigo do dono do restaurante e pediu uma vaga para o filho estagiar. Passados alguns anos, o Shin Miura entrou a venda, fazendo com que o pai realizasse a compra.
“Não entrei na cozinha logo no início, pois a filosofia japonesa preza por todo o processo. Tive que trabalhar muito até alcançar a posição de chef. Tudo era bem tradicional e só passei a inovar depois de passar sete anos no Japão e voltar com uma bagagem maior, da nouvelle cuisine japonesa (técnicas francesas + japonesas)”, relembra Nao Hara.
Parte deste trabalho autoral, com fundamentos na culinária japonesa e adaptado aos ingredientes brasileiros, você confere no cardápio do belíssimo Masi. O salão é incrível e o serviço oferece bom custo-benefício.
O couvert traz pães artesanais, crostinis, pastas, azeites aromatizados e manteiga (R$ 30). De entradas, pedimos o polvo ao balsâmico com palmito pupunha fresco assado (R$ 69) e o mongolian beef, que são iscas crocantes de filé-mignon ao molho de shoyu pivante (R$ 55).
Na sequência, passamos ao salmão em lascas com raspas de limão-siciliano flor de sal e azeite de trufas (R$ 89). Recomendo pedir o “Combinado do chef”, com 20 peças de sushis, sashimis e rolls especialmente criada pelo chef (R$ 120). É sempre diferente, é sempre uma surpresa.
Certamente, vale ir a São Conrado, visitar o belíssimo Hotel Nacional, relembrar de Niemeyer (que tive a honra de entrevistar) e ser “abraçado” por essa comida.
📍Masi: Hotel Nacional Rio. Veja o cardápio completo aqui.
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